O GRANDE IMPÉRIO MALI
Nos primeiros séculos de nossa Era, pescadores nômades sorkos se estabeleceram na grande curva do rio Niger, onde passam a conviver com os agricultores sorombas. As comunidades se expandem ao longo das margens do rio durante os séculos V e VI, integrando, também, os caçadores gows.
Segundo a tradição, Faran Maghan Bote é quem primeiro consegue reunir os clãs antes dispersos. Ele institui a dinastia Dya e funda o pequeno reino de Kukia, considerado o berço do futuro império Songhai.
No início do século XX, o rei Dya Kossoi abraça a fé islâmica e conquista a cidade de Gao (no atual Mali), transformando-a na capital de um reino cujos moradores professam a religião muçulmana. Em 1325, o reino de Kukia cai sob o domínio do império Mali, ficando obrigado a pagar tributos. Apesar disso, Gao continua sendo uma das mais belas cidades e uma das mais fartas, pois não faltam arroz, leite, aves e peixes.
NASCE UM IMPÉRIO
Ali Kolen é como se chama o verdadeiro fundador do império Songhai. Lá pela metade do século XV, ele consegue libertar seu povo do jugo do império Mali e toma para si o título de Sonni (senhor). No poder durante quase trinta anos (1464 - 1492), o império que constrói não fica devendo nada aos outros impérios da época, dos maias, astecas ou europeus. As crônicas árabes o chama de "tirano, opressor e sanguinário". É que, em suas ações militares, Ali tratava a todos do mesmo modo, não distinguindo muçulmanos e não-muçulmanos. Com a morte de Ali, um de seus melhores generais, chamado Mohammed, usurpa o trono do herdeiro e inaugura a dinastia Askya. É quando o império Songhai alcança o seu apogeu. Mohammed continua as campanhas vitoriosas de seu antecessor. Criou uma estrutura sólida e uma administração centralizada para os seus domínios. O império é dividido em províncias, à frente das quais coloca gente de sua inteira confiança.
QUEDA DO IMPÉRIO
As riquezas do império Songhai, sobretudo ouro e sal, acabaram despertando a ambição dos marroquinos, que já em 1594 enviaram uma primeira expedição. Fome e sede, porém, barraram os soldados invasores no deserto. Seis anos depois, uma nova tentativa. O sultão marroquino envia uma expedição de 4 mil homens armados, sob o comando do mercenário espanhol El D´Jouder. Dessa vez, as armas de fogo se impõem, e os Songhai são derrotados na batalha de Tondibi, em março de 1591. El D´Jouder se instala em Tombuctu, e dali envia riquezas ao Marrocos: Camelos carregados de ouro bruto, pimenta, marfim e uma espécie de madeira usada para tingir tecidos, além de cavalos, eunucos (homens cujos testículos foram removidos por orquidectomia ou são congenitamente não-funcionais), anões e escravos de ambos os sexos. Os atuais Songhai habitam o Mali (onde são uns 300 mil) e o Niger (cerca de 150 mil). Outros pequenos grupos vivem em Burkina Fasso, Benin e Nigéria. São frutos da mestiçagem entre a antiga população e os imigrantes que chegaram do Norte: Bérberes, Tuareg e Árabes.
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QUEDA DO IMPÉRIO
As riquezas do império Songhai, sobretudo ouro e sal, acabaram despertando a ambição dos marroquinos, que já em 1594 enviaram uma primeira expedição. Fome e sede, porém, barraram os soldados invasores no deserto. Seis anos depois, uma nova tentativa. O sultão marroquino envia uma expedição de 4 mil homens armados, sob o comando do mercenário espanhol El D´Jouder. Dessa vez, as armas de fogo se impõem, e os Songhai são derrotados na batalha de Tondibi, em março de 1591. El D´Jouder se instala em Tombuctu, e dali envia riquezas ao Marrocos: Camelos carregados de ouro bruto, pimenta, marfim e uma espécie de madeira usada para tingir tecidos, além de cavalos, eunucos (homens cujos testículos foram removidos por orquidectomia ou são congenitamente não-funcionais), anões e escravos de ambos os sexos. Os atuais Songhai habitam o Mali (onde são uns 300 mil) e o Niger (cerca de 150 mil). Outros pequenos grupos vivem em Burkina Fasso, Benin e Nigéria. São frutos da mestiçagem entre a antiga população e os imigrantes que chegaram do Norte: Bérberes, Tuareg e Árabes.
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