domingo, 17 de abril de 2011

Continuação - Barbárie - Neolítico.
Riqueza, Comércio e Desigualdade - Com o tempo, as aldeias foram cercadas de muros de proteção. Seus habitantes aprenderam a conhecer o regime das chuvas e das estiagens, a drenar os pântanos para ampliar as áreas de cultivo, a construir diques para conter as enchentes e a abrir canais de irrigação. Desenvolveram-se novas técnicas de plantio com o aparecimento do arado-semeador. A agricultura irrigada, os avanços tecnológicos e o aprimoramento dos metódos de trabalho possibilitaram um aumento considerável na produção de alimentos, gerando excedentes em maior escala.
O crescimento das colheitas teve consequências importantes. O alimento mais abundante assegurou melhores condições de sobrevivência, o que resultou num acentuado crescimento populacional. Além disso, os camponeses passaram a dedicar-se exclusivamente ao cultivo e à troca de excedentes agrícolas por arados e outros objetos; surgia assim o comércio, inicialmente baseado na troca de produtos. Ao mesmo tempo, entrou em cena a desigualdade social. Enquanto algumas famílias possuíam os melhores lotes, com numerosos rebanhos e vários trabalhadores, outros cultivavam trechos mais áridos e sofriam com as más colheitas. Por volta de 8000 a.C, quando o comércio começou a ser praticado, já existia diferenças econômicas e sociais no mundo Neolítico. Essas mudanças iniciaram-se no norte da África, no Oriente Médio, na Europa mediterrânea e em regiões férteis da China e da Índia. A partir daí, a desigualdade social e os conflitos ligados à posse da terra vão acompanhar a história da humanidade.
A Idade dos Metais - No último período de Pré-História, conhecido como Idade dos Metais, os instrumentos de pedra foram aos poucos substituídos pelos de metal, primeiro de cobre (6.000 a.C.), depois de bronze, e mais tarde, de ferro. Um novo tipo humano, o artesão, somou-se aos coletores, agricultores e pastores. Sua presença exigiu um ambiente novo, a cidade. A transformação de comunidades de aldeias agrícolas auto-suficientes em centros urbanos ficou conhecida como Revolução Urbana.
O Surgimento do Estado - A tradicional autoridade dos chefes de famílias, adequada para comunidades agropastoris, mostrou-se insuficiente para gerir uma sociedade mais complexa, baseada na articulação entre aldeias e cidades. Tornou-se necessário criar estruturas de poder aceitas pela maioria. É ai que surge o Estado.
O aparecimento do Estado não ocorreu simultaneamente em todas as sociedades, nem devido aos mesmos fatores em todas as regiões. A maioria dos estudiosos admite que o surgimento do poder político esteve ligado às necessidades surgidas com a diversificação das atividades econômicas. A coordenação de obras de interesse coletivo, como os diques e canais de irrigação, e a regulamentação do comércio exigiam a presença de pessoas encarregadas dessas funções, com poderes para impor suas decisões por meio da força.
Os primeiros governantes do Crescente Fértil foram reis-sacerdotes, numa evidência de que o poder político nasceu ligado à religião. Mas o estado logo se desvinculou do templo. O rei deixou de ser, necessariamente, um sacerdote. Na maioria dos documentos encontrados, porém, ele era designado como o representante máximo da divindade e o responsável pela exploração de terras.
Outra mudança fundamental ligada à formação do Estado foi o aparecimento da propreidade privada. Nas comunidades agrárias, a terra, as águas e os produtos do trabalho pertenciam à coletividade. O surgimento das cidades e da divisão do trabalho tornou esse quadro mais complexo, e o fortalecimento dos templos e do poder político, com seus funcionários, introduziu novos elementos de desigualdade. Uma elite ligada aos reis e aos sacerdotes passou a se apropriar de uma parte das colheitas, assim como das terras produtivas.
A união de algumas cidades ou Estados, que podiam ou não fazer parte da mesma civilização, deu origem a impérios que dominaram muitos povos e se estenderam por vastos territórios. Foi nesse contexto que se desenvolveram, na África e na Ásia, as grandes civilizações da Antiguidade.
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